O Brasil é o segundo maior produtor mundial de tabaco estando atrás somente da China, mas é líder em exportações desde 1993. Atualmente, a cultura está presente em 656 municípios da região sul do país, envolve mais de 165 mil pequenos produtores, 626 mil pessoas no meio rural e dá origem a 30 mil empregos diretos nas indústrias de beneficiamento.
Para garantir a sustentabilidade do setor e representar os interesses comuns das indústrias de tabaco, foi fundado em 1947, em Santa Cruz do Sul (RS), o Sindicato da Indústria do Fumo, posteriormente denominado Sindicato da Indústria do Tabaco da Região Sul do Brasil – SindiTabaco, e que, em 19 de julho de 2010, estendeu sua base territorial para o Brasil, com exceção dos estados da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, passando à denominação de Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco.
O Tabaco é uma fonte de renda de retorno imediato e a procura por este retorno financeiro faz com que o mercado ainda esteja aquecido e que os fumicultores se adaptem as novas tecnologias de produção e processamento da folha, matéria prima para ser preparada para o consumo. Em 2005 a Organização Mundial de Saúde implementou um Tratado Internacional chamado de Convenção Quadro para o Controle do Tabaco é um conjunto de medidas que prevê por exemplo a proibição da publicidade, a advertência sobre os malefícios do fumo nas embalagens do cigarro, e no que diz respeito ao produtor rural que cultiva o tabaco um apoio as atividades alternativas para geração de renda; vários países aderiram a convenção inclusive o Brasil.
Benício Albano Weber (presidente da AFUBRA) disse que “...no Brasil tem bastante queda de consumo e também na comunidade econômica européia, mas se comparado aos países do Oriente Médio e extremo Oriente o consumo está aumentando e isto é o que esta mantendo o consumo da exportação de tabaco brasileiro que esta em 87% de toda a produção mundial (...)”.
No Brasil a safra 2013/2014 foi de aproximadamente 725.000 toneladas de tabaco produzidas, cerca de 183 mil famílias vivendo da cultura em estados do nordeste e do sul do país. O estado do Rio Grande do Sul é o maior produtor representando cerca de 44 % da produção nacional, e o consumo está em alta devido ao aumento da população mas o consumo populacional vem caindo cerca de 3,3 % de 2012 para 2013.
Iro Shünke (Presidente do SINDITABACO) é um defensor frente á necessidade de suprir a procura pelo produto. Shünke diz o seguinte “(...) é controversa em função do produto final, se o país é tão importante no mundo sendo o segundo maior produtor e o maior exportador, e se como em qualquer produto enquanto houver demanda haverá produção e isto existe para o tabaco, então, é necessário defender a manutenção desta cultura nos produtores e nos municípios onde existe a produção”.
Segundo diagnósticos sócio-econômico das propriedades de fumicultura sul – brasileira disponível no site da AFUBRA Camaquã, enquanto o tabaco ocupou 2,541 hectares num total de 15,8 % a outra cultura que se destacou paralelamente foi o Milho com 3.614 hectares total de 22,4%.
Ivanor Pedersini (Técnico Agrícola e Gerente de Produção da Tabacos D`tália em Cerro Grande do Sul) falou que “o tabaco está com o preço baixo devido a qualidade que esta inferior ao dos outros anos, onde os agricultores estão separando somente em duas classes o que no ano anterior com a supervalorização as vendas estavam aquecidas e a qualidade era excelente (duas cores bem definidas). Esta ano a classe esta inferior o que implica na desvalorização onde o O1, O2, O3 estão sendo separadas apenas em duas, antigamente estas três classes eram separadas por X,B,C,T que também cada uma destas eram separadas em mais três classes.
As fumageiras no geral estão sentido a queda nas vendas com relação aos anos anteriores porque a China, principal importadora não esta vindo procurar pela produção estocada, deixando para negociar mais tarde fato que atinge e preocupa toda a cadeia de produção desde o produtor até a indústria de exportação onde a qualidade é avaliada.
Os atravessadores também são atingidos com o baixo valor pago pela arroba onde a maioria destes negociantes estão com grande quantidade estocada que na ocasião foi adquirida por um valor maior e a espera de alta de preço para repassar para as firmas resulta na queda de lucro por receberem este produto com qualidade inferior ocasionando então na atual situação de quedas nas exportações.
Para o fumicultor João Carlos, morador da localidade de Arroio da Toca, interior de Cerro Grande do Sul, o preço pago pelas fumageiras não está bom, Segundo o produtor, o valor pago em média é de R$ 100,00 por arroba, ficando abaixo do esperado.
“Caso o cultivo do tabaco fosse proibido no Brasil, a alternativa seria procurar por outra forma de trabalho porque no momento não tem fonte de renda que possa arrecadar o mesmo valor de retorno financeiro em curto espaço de tempo", falou João, que cultiva após a safra de tabaco, milho e feijão para consumo.
Fonte : Regional de Notícias
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